quarta-feira, 8 de junho de 2011

Uma coisa de cada vez ou tudo agora?

Por Marcelo Bechara - Tendências-Debates - Folha de S. Paulo - 08.06.2011

O governo sinaliza que o desenvolvimento de redes de alta velocidade equivale a um "pré-sal"; a banda larga é um passaporte para o futuro

O surgimento frenético de aplicativos e equipamentos expressa uma mudança de hábitos na sociedade.
A vida se reflete instantaneamente nas mídias. Comprar hoje uma televisão requer conhecimento.
É impressionante o número de funcionalidades e siglas que permeiam essa decisão. LED, HDMI, Full HD e 3D são apenas algumas delas. As TVs inteligentes já estão no mercado. Tablets representam novos objetos de desejo. Celulares são usados como computadores.
Essas transformações exigem do país medidas que encurtem os caminhos rumo à sociedade da informação. O governo sinaliza que o desenvolvimento de redes de alta velocidade equivale a um "pré-sal".
Assim como essa riqueza natural, a banda larga ocupa um espaço cada vez maior de debate e é, sim, um passaporte para o futuro.
O Programa Nacional de Banda Larga é o caminho. Trata-se de um modelo dinâmico que, apesar de urgente, enxerga a longo prazo.
A banda larga não comporta um olhar apenas sobre o meio. A grande riqueza que trafega é a informação. Assim como não há corpo sem alma, de nada vale infraestrutura sem conteúdo. Afinal, redes são feitas de pessoas. Infinitas são as oportunidades de intercâmbio, criação e difusão.
Telemedicina, inteligência na segurança pública, educação. Sem falar na oportunidade de novos negócios na iniciativa privada e da geração de riquezas, emprego e renda.
O governo planeja para nenhum setor ficar de fora.
Muito se tem feito desde o marco das telecomunicações, de 1998. Os investimentos no serviço de voz foram intensos, apesar de políticas com foco em áreas rurais e na baixa renda ainda serem necessárias.
Contudo, os serviços móvel, de dados e a televisão paga passaram a acompanhar a vida de milhões de brasileiros. Os anseios e a realidade de hoje estão distantes da década de 90. É um novo ciclo.
Os descompassos da legislação impõem ao mercado verdadeiras acrobacias perante novas demandas. Governo e Anatel buscam soluções que superem com segurança jurídica as barreiras e assimetrias.
Apesar de tudo, o país avança.
Nessa linha, o Ministério das Comunicações deu um passo decisivo com a nova Secretaria de Inclusão Digital e a definição de dez prioridades para a Anatel.
Surge a discussão sobre um novo modelo, que veja o futuro de modo mais convergente e tradutor das aspirações de uma sociedade que almeja se comunicar muito além da voz. A chamada geração de "proconsumidores" (usuários produtores de conteúdos) reage às novidades na velocidade em que surgem.
A reflexão que se propõe é como buscar todo esse crescimento com as ferramentas jurídicas de hoje, sem perder de vista uma necessária atualização do marco regulatório.
A resposta parece clara no sentido de que uma não anula, mas complementa a outra.
Diferentemente de alguns países que discutem os mesmos temas e que estão bastante adiantados na oferta de mais velocidade com menor preço, o Brasil busca ajustar o hoje e aplainar as bases por onde se sustentará o amanhã.
São cada vez em menor número os que resistem à real necessidade de um novo marco. O risco é de que, quando finalmente todos concordarem, já estejamos muito atrasados. A sociedade do futuro quer gozar o presente. Estamos prontos.

MARCELO BECHARA DE SOUZA HOBAIKA é procurador-geral da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Prezadas e Prezados, comentem este artigo.

17 comentários:

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  3. A banda larga é um direito de todos. Que bom que o Brasil cresce neste aspécto da área digiral. As redes de alta velocidade são determinantes para esta metamorfose no hábito dos brasileiros.Todos correm juntos, pela utilização LED, HDMI, Full HD e 3D e Celulares usados como computadores.Neste caminho quem ganha é a sociedade. No entanto precisamos ficar atentos as legilações, para que esta novidade não seja atropelada por interesses particulares e por jogos políticos.

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  4. Não tem como mais fugir da internet, tecnologia e todos os benefícios que ela nos apresenta. Tentar fugir é como correr contra o tempo. Trazer Banda Larga à todos é mais que uma obrigação para um país que quer crescer e evoluir. Acho interessante essas atitudes do governo, uma vez que, alem de saude, ensino e segurança, todos precisam de informação.

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  5. A necessidade de termos um serviço rápido, eficiente e que garanta ao usuário a otimização da banda larga no país é premente.

    A meu ver, promover o crescimento da capacidade da infraestrutura de telecomunicações, desenvolver cada vez mais o parque tecnológico brasileiro e aumentar a competitividade das empresas são obrigações primárias do Ministério das Comunicações.

    Digo isso, porque o Ministério não pode se isentar e obstar-se do atraso da banda larga no Brasil. Se compararmos o serviço que temos aqui com os oferecidos em outros países, não é difícil chegar à conclusão de que nossa banda larga é bem larga em lentidão e sem um horizonte de melhoras ainda.(tomara que esse ainda caia por terra)

    Esbarramos na pouca vontade política em exigir das empresas de banda larga uma postura mais digna na relação empresa-serviço prestado-usuário.

    Tomara que o Plano Nacional de Banda Larga não perca suas diretrizes e rumos como tantos outros programas governamentais brasileiros. E que em 2014, não passemos vergonha quando os gringos precisarem usar nossa internet tupiniquim. É o que penso e tenho dito! Um abraço a todos,

    João Paulo Costa Jr.

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  6. Não adianta oferecer banda larga de qualidade para a população se não ensinar como usar este "novo meio".Ao mesmo tempo que a internet é uma aliada, é uma inimiga com vírus, pedofilia na internet etc.

    Uma pessoa que entrar neste mundo pode sofrer muitos problemas. Acessibilidade = educação

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  7. Mais um direito meu deixado de lado.
    É realmente vou ter dinheiro para comprar uma televisão que custa atualmente uma barbela de R$5999,00. Simples assim, o jeito é recorrer as casas Bahia, com suas suaves 12 vezes no cartão sem juros. Isso tudo para garantir direito a informação. Mais uma tecnologia que tão cedo não chegará aos volumosos brasileiros. Televisão digital, poucos sabem poucos viram, televisão a cabo poucos sabem poucos viram, internet embutida na TV poucos sabem, poucos vão ter condições de adquirir
    É inquestionável a necessidade da internet nos dias de hoje. Aos lares brasileiros servirá como fonte de informação, cabendo aos pais assim como no sistema de TV atual, fiscalizar o consumo dos conteúdos.
    O jeitinho brasileiro dessa vez entra na programação, agora é jeitinho e GINGA.

    Paulo Henrique Lopes

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  8. A informação no meu entender é inerente ao ser humano precisamos entender que uma nação bem informada luta com mais consciencia sobre seus direitos e deveres. Temos que agir para que iniciativas como essa sigam em frente e se tornem realidade. Acredito que o a internet de qualidade e gratuita é o primeiro passo para que a população brasileira tenha cesso de verdade ao conteudo produzido pela imprensa que possui o cerne de informar o cidadao com insenção. Atualmente sabemos que poucas sao as pessoas que possuem acesso as tecnologias eu mesma estudante de internet nunca coloquei a mao num i pad por mais que tenhamos contato nunca conseguimos acompanhar a evolução tecnologica que esta aí a todo vapor. Viva a democracia. Direito igual para todos.
    Verônica Alves da Cruz Silveira

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  9. Hoje em dia os avanços tecnologicos estão se expandindo em nosso país, quem sai ganhando somos nós seres humanos, pois com a chegada de novas tecnologias conseguimos avançar nossos conhecimentos, em contrapartida a banda larga oferece risco para a população digo isto para quem faz uso da internet com intenções de lesar ao próximo.

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  10. Numa época em que o acesso a informação está cada vez mais instantâneo e ágil, nota-se a importância da democratização da internet banda larga para inserir toda a sociedade a busca de informações. Com a internet, todos tem podem obter conhecimento, entretenimento e informação, claro, usando de forma consciente.

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  11. Bruna Luiza
    Temos que pensar que estamos pronto e vestir a camisa, pois se pensarmos que ainda não estamos pronto, nunca vamos dar um passa a frente na tecnologia. Só saberemos se vai dar certo se tentarmos. A banda larga para todos vai ser um avanço importante na sociedade, onde todos poderão ter acesso a internet, ao conhecimento em tempo real e com alta tecnologia.

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  12. A bamda larga é sem dúvida um avanço para o nosso país.Pena que a educação ainda é muito precária, o que dificulta acompanharmos o rítmo dos avanços tecnológicos.

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  13. Izabela Pacheco

    Novas tecnologias chegando como uma onda gingante e tomando conta de empresas, lares e escolas?! Depende do nível social que você está para isso te atingir! Se não temos banda larga, que seria uma obrigação para todos, quem dirá pensar em outros avanços tecnológicos.
    Como pensar em desenvolvimento se nem o mais "simples" que seria internet para todos conseguimos ter ainda! Pensar em evolução tecnológica no Brasil hoje é uma besteira, primeiro passo internet com boa qualidade para todos!

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  14. Acredito que hoje para o país qye quer se estabelecer como primeiro mundo, tem que ter liberado a banda larga. Novas tecnologias, novos modelos, novos pensamentos andam lado a lado do progresso. Viva a democracia.
    Temos que tomar cuidado com o excesso de informação, porque queremos educar e não criar robôzinhos de tela.

    Raphael Jota - Jornalismo multimídia

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  15. A internet tornou-se a tempos necessária para o desenvolvimento social. Atualmente é possível desbravar mundos sem sair do lugar, basta ficar em frete a tela do computador para viajar e conhecer varias culturas, lugares e adquirir conhecimento. Possibilitar acesso da banda larga a toda população é fundamental para o crescimento do Brasil.

    Iara Fonseca

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  16. Estamos em uma época em que as pessoas necessitam cada vez mais de um rápido e prático a informação, e a internet possibilita isso, mas, nem toda a população tem esse acesso, sendo necessário, sim, a democratização da banda larga, com uma "internet barata, e de qualidade para todos".

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  17. Uma frase neste texto me chamou a atenção: "Apesar de tudo, o país avança."

    Meu avô dizia que o Brasil era o pais do futuro, meu pai repetiu esse mantra tantas vezes que eu cheguei a acreditar também, mas quando se olha para o lado, as condições materiais de grande parte da população ainda são miseráveis.

    Me recordo de uma conversa que tive com um amigo de Manaus 2 anos atrás... Naquela época - que nem faz tanto tempo assim - a segunda maior cidade da região norte não tinha internet banda larga. Acredito que não tenha mudado tanto assim de lá para cá.

    Temos a internet mais cara do mundo!!! O que o governo tenta agora as pressas - para não passar mais vergonha na copa do mundo - é fazer algo que pedia socorro a muitos anos. As telecomunicações privatizadas no governo FHC - a preço de banana diga se passagem - ainda hoje representam um gargalo no projeto de Estado Nação que aí está posto.

    Digo isso porque todo o processo de desenvolvimento da banda larga nacional deveria ser técnico, quando o que é posto hoje é um jogo político onde interesses de terceiros sobrepõe aos interesses da nação.

    Ter banda larga nos quatro cantos desse pais, deixou de ser uma medida em prol do luxo. O que está posto aí é algo que atende as necessidades de soberania nacional. Informação e cultura nesse pais historicamente sempre foram bem de consumo.

    São interesses da nação que estão em jogo e é importante acompanharmos de perto os possíveis desdobramentos...

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